quinta-feira, 3 de julho de 2014

 55 anos de Adolfo Keunecke Cia Ltda.


Tantas e tantas lembranças !

Para seu Adolfo não nunca teve tempo ruim. Se tem que fazer é agora !
De personalidade forte sempre soube qual caminho seguir para fazer o melhor para loja e para sua família. 

A loja está ai firme e forte, completando 55 anos de portas abertas.

Desde cedo Seu Adolfo tinha tino para negócios. 
Sempre dava um jeito de fazer alguns as coisas darem lucro, e depois de idas e vindas, era dono de dois caminhões.
O Sr. Nelson Koprowski queria comprar um destes caminhões e ofereceu na negociação  um caminhão F600 + uma camionete + o estoque e móveis da loja da rua Bahia.
Caminhões, tudo bem, ele sabia avaliar, desmontar e revender, mas loja... isso teria que discutir com a esposa.
À noite chegou em casa e descreveu a negociação e fez a pergunta :
- Elfi se tu aceita trocar eu faço o negócio, se tu não aceita, eu não faço o negócio.

No dia seguinte em 03 de julho de 1959, numa sexta feira,  carregaram a mudança da Itoupava Central e vieram para Rua Bahia. Felizes e com a certeza de que daria tudo certo !

Segunda feira pela manha, o primeiro cliente que a Elfi atende: 
“ Bananas “ – como fazer a conta de algumas gramas ?????” 

Depois deste desafio muitos ainda aparecem, mas nada  intimidava o casal, que sempre trabalhou com parceria  e respeito.

O seu Adolfo, que nunca gostou de trabalhar confinado, ficou uns dois dias por ali e seguiu com seus fretes estrada a fora e assim tendo  mais uma opção de  renda para aplicar na “venda”.

A construção era de dois pavimentos. abrigava o comercio e a residência. Em cima eram dois quartos, em baixo, na frente era a “ venda” e atrás era a cozinha e o deposito.
A rua não tinha calçamento, provocando muita poeira e lama.
A casa era alugada e pertencia a Sebastião Albino, que mais tarde vendeu o imóvel para seu Adolfo.

O início desta jornada não foi fácil.

A maioria das mercadorias era pendurada no teto.
Era época de vender açúcar, trigo, arroz, farelo, milho, carolo, farinha, feijão e outros tantos produtos a granel. 
Tudo vendido na quantidade que o cliente queria, embalado na hora. Nada de self service.
O terror dos balconistas era a venda de margarina e banha. Pois como não eram refrigerados, ficavam moles e era de difícil manuseio. 
O “muss” (doce de fruta) precisava de muita força física para ser tirado das latas de 20 Kg.
Tudo era pesado na balança de ponteiro

Querosene era engarrafado na hora com bomba manual a base de clicas (bolas de gude).

Época do fumo em corda, do tamanco de madeira,  da bolacha mata fome,  do doce de mel, da bala solta, dos chocolates Saturno, do pão e da massinha entregues pelo Sr. Gregório do Panifício Benkendorf.

Época do Melhoral, da Cafiaspirina, do Óleo de Rícino, do Emulsão Scott, do Renascim, das Pilulas da Vida Dr. Ross, tudo vendido sem receita médica...

Época sabonete carnaval, do pó de arroz, do pente de piolho, da calça plástica para criança, da camisa xadrez com tecido do GUMZ, das calças “Brin Coringa”, da brilhantina Glostora, do laquê para cabelos

Época do “gasosão” de framboesa, da Crush, do “samba”  (preparado de conhaque com cachaça), do picolé redondo em papel manteiga, do chiclets Ping-Pong, do supra sumo, das gamelas de madeira...

Ah, quanta saudade !

Época de abrir a “venda” cedinho para vender o pão com margarina, o pedaço de lingüiça, o leite fresquinho, o cigarro, com e sem filtro,  das marcas Hollywood, Mistura Fina, Minister, as louças de Colorex amarelo, o café Blumenau, o botão e a linha



Os clientes tinham conta corrente, marcavam tudo na caderneta ou no livro, tudo na maior confiança.










Os acertos eram mensais após receberem os salários de empresas como  Cristais Hering, Teka, Gaitas Hering, Eletro Aço Altona, Pudim Medeiros e tantas outras e muitos funcionários da estrada de ferro.


Era época de pagar e receber tudo em dinheiro vivo !


A esquerda a 1ª "venda" onde tudo começou em 1959
A direita inaugurada em 1968




Demolição da 1ª "venda" em 1978









Em torno de 1968 saiam da pequena "venda" para ir para novas instalações.
Em 1988 até os dias atuais.
- Agora sim temos espaço ! Achavam que jamais conseguiriam encher a "venda" com mercadorias.

Eram um boteco, 
          passaram para “secos e molhados”  
                          e como chegaram no ramo de  materiais de construção ?

Em suas visitas à casa do sogro em Jaraguá do Sul, resolveu trazer algumas bombas de água  e motores Kohlbah para vender.
Foi um, foram dois, foram cinco e isto levou à necessidade de ter  canos e conexões, na época só de rosca com zarcão a cânhamo e uma coisa puxa a outra chegando ao ramo de matérias de construção

Em 2004 adquiriram um imóvel na Itoupava Central onde instalaram a filial da Adolfo Keunecke Cia Ltda.



Atualmente está filiada à Rede Construir.

https://www.facebook.com/AdolfoKeunecke
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Hoje em dia não vende mais bananas, mas você consegue encontrar muitos artigos diferenciados e quem sabe ainda, tomar uma coca cola – pagando é claro !

Para Seu Adolfo nada é de graça !

Para finalizar:
Sabe aquele caminhão que ele vendeu para o Nelson Koprowski lá no início ?
Comprou um outro de volta  do mesmo Nelson Koprowski 

 - Esse é seu Adolfo !






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