Meu pai Adolpho teve apenas cerca
de 2 anos de escola primária por falta de professora na cidade de Luiz Alves.
Mas ele é alfabetizado, porem o português não é lá estas coisas, a bicicleta
dele é escrita em “Adolphonês” – bisigleta, a cebola é sebola – e
sem discussão!!!
Já na matemática é um avião: Como
o pai dele tinha comercio, e começou cedo a ajudar, ele sabia fazer o cálculo das mercadorias
fracionadas. Antigamente as mercadorias como feijão, margarina, farinha eram
todas vendidas a granel. A manteiga era produção própria e era vendida por
gramas de acordo com o pedido do freguês. Claro que a professora era cliente e
vinha comprar a manteiga, ela não sabia fazer a conta, mas meu pai sabia!!! Até
hoje ele comenta isto com muito orgulho.
Com esta falta de estudo teve por
objetivo e conseguiu dar estudo aos 4 filhos – hoje somos todos formados em curso
superior, mas sem ter pós graduação no curso da vida igual meu pai.
Em 1968, quando entrei na escola
Machado de Assis, meu pai, sempre muito do “pão duro”, e ponderado nas suas aquisições:
só comprava se isto lhe trouxesse um benefício, assim até hoje. E apareceu um
vendedor da Enciclopédia BARSA – Eram 15 volumes com todos os tipos de assunto
de pesquisa que se possa imaginar. (O tadinho do vendedor deve ter sofrido para
vender, mas conseguiu!).
Como o andar das noticias era beeeem
mais lento, as atualizações eram editadas no Livro do Ano. Ele comprou apenas o
de 1969, nos demais anos achou que poderíamos
pesquisar nos jornais do qual era assinante e eram guardados anos a fio, ou serviam
para embalar mercadorias da “venda” como era carinhosamente chamada a loja na época.
Eu, pessoalmente, fiz muitas pesquisas
baseados na Barsa, muitos trabalhos de escola, manuscritos em folhas de papel
almaço pautado, claro cópia fiel – hoje seria
Ctrl + C / Ctrl + V.
Hoje fui pesquisar no google a
origem da Barsa, era foi editada por brasileiros em 1964, por não ter uma fonte
de pesquisa em português. Se quiser saber mais, acesse https://pt.wikipedia.org/wiki/Barsa
Sempre ficava fascinada pelas
paginas de anatomia, que eram tinham todos
os órgãos internos desenhados em separadamente em folhas transparentes e
sobrepostas– um luxo!
O volume 15 é o mais surrado,
pois era era o dicionário e índice de toda enciclopédia.
